1. |
||||
Flutuando em trens num quadro celestial, refletido no gás das névoas de Freon.
Observando ao longe a aurora de neon, se esfalfando em meneios orbitais.
Entretidos no espaço instrumental... Recolonizando a Terra com os pedais...
Semeando estroboscópios pra ceifar e implantar na consciência de geral.
A sensação de uma organela social, exportando as maravilhas nacionais, inflama o corpo e as memórias de Crayon. Lembre o sonho como um blue de carnaval, absolvido na expansão do plano astral...
|
||||
2. |
||||
Oh, Sombra!, fui teu servo e é tão ruim rememorar o breu de tal falência em que caí sem perceber. Revejo-te nas manchas que alimentam um grande horror e nas perdas que lamento: olhar, calor, sorriso e cor.
Oh, Culpa!, és tão cruel que não consigo esquecer. O fio se partiu, eu já não sei como escapar. E, cego, conto as pedras que me atingem em meu torpor, enumerando inglórias de uma vida sem valor.
Mas trago mais que o caos, a lama e os dramas frouxos de um bar sem fim, na dor que a luz projeta em meu pescoço e faz voltar.
Oh, Drama!, tão repleto, espero sua diluição. Apronta tua partida pra que reste algo a curtir. Que o estrago não cabido neste instante aqui, tão louco, me lance em outros mares, pois doído eu piro e paro.
|
||||
3. |
||||
A rapa do juá me deixou lombroso...
A rapa do juá me deixou lesado...
A rapa do juá me deixou grilado...
A rapa do juá me deixou lombroso...
A rapa do juá me deixou insano...
A rapa do juá me deixou revolto...
A rapa do juá me deixou cansado...
A rapa do juá me deixou lombrado...
A rapa do juá me deixou sequelado...
A rapa do juá me deixou no osso...
A rapa do juá me deixou tão moço...
|
||||
4. |
Vim, Mas Não Voltei
02:37
|
|||
Vim, mas não voltei
Tchau!, estou agora aqui tão bem.
Tu me não tens, mas sinto ter sido assim...
|
||||
5. |
Salvia Divinorum
04:18
|
|||
Misturar impressões, se espalhar, se dividir. Mergulhar na dispersão, se estranhar e diluir... Transpirar a migração, borbulhar, se distrair. Deslizar nas vibrações, gargalhar, se reunir...
|
||||
6. |
Uirapuru
05:09
|
|||
Ele quis assoviar pra sua Andorinha, mas sua língua virou flor de tamarindeiro. Inibido de contar o que ouviu da Orquídea, ficou triste o Uirapuru, sem voltar pro ninho...
Santa Laranja, refletindo as doloridas penas, fez de um hábil sabiá o trovador da selva. Voa chorando, Uirapuru, pela fina flor pequena. Vai, que o esperto Sabiá, dos teus frutos colherá.
|
||||
7. |
||||
:(
A luz, quando saiu da tela da tevê, estava ofuscante que eu nem pude ouvir você sair de casa pra viver... Mas a tela apagou.
:/ Saí, pra procurar vontade de sorrir, mas quando eu vi você de novo aquele bar me fez cair na pilha de esquecer... Sai!, maldita, esta dor!
:\ Se um dia eu acordar e, enquanto a nuvem cai, notar que aquele Sol tampouco que me atrai, então, o que fazer se essa janela ri pra mim?
:)
|
||||
8. |
Theophilus Carter
04:49
|
|||
Eis que a jovem travou o ácido cachimbo chulo. Foi de volta pra fumaça, com seu giro fulo. Coube ao trapo do meu maço um maçarico em lume. Vi na hora um mequetrefe, cheio de queixume.
Notei então que tanta afobação deixa aquela guria aqui, do outro lado, meio de saco cheio de nada e, daí, parei pra ouvir...
Theophilus Carter, acho que você poderia aproveitar melhor o seu tempo.
No bom sentido, no consenso...
– Mas qual?! Mas qual?!
Vi na sombra em pleno ar um velho mundo escuro, esqueceram de apagar a placa “Submundo” Ai, meu Deus, que gente louca! Não tem vinho aqui… e eu nem sei escrever “nunca” de ponta cabeça...
Desde então, do fim da amolação daquela enxerida de cabelo desgrenhado, que achou o meu relógio engraçado, eu saí. Cansei de fumar...
|
||||
9. |
Cyber
03:38
|
|||
Quer saber quem controla suas pupilas?
Quer saber quem controla suas retinas?
Quer saber quem controla suas rotinas?
Quer saber quem controla suas notícias?
Quer saber quem controla sua barriga?
Quer saber quem controla suas lombrigas?
|
||||
10. |
Introdução
05:22
|
|||
Até a lua, no céu, minguante, via em teus olhos brilhantes nova...
Na dança, a nuca, o abraço, a cantoria, o teu nome eu sabia.
Ia embora e, à breve despedida, num certo carinho tocar teu jeito...
Aquela nua que o Sol brilhante mira em meus olhos e, junto, lança aos lábios, dedos, traços de euforia, exigindo um lindo dia... Não demora e a breve adormecida desperta em sorriso ao me abrir seu leito…
|
midsummer madness London, UK
brazilian independent music since 1989
Streaming and Download help
If you like Intensos Animais Imperceptíveis, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp